sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

PELEJA DE SÃO DAMIÃO NA CÚPULA MUNDIAL DO MEIO-AMBIENTE

Este cordel foi o ganhador do prêmio CORDEL ECOLÓGICO da Secretaria de Educação de Salvador no ano de 2010.

PELEJA DE SÃO DAMIÃO NA CÚPULA MUNDIAL DO MEIO-AMBIENTE

Tudo que agora conto
Você pode acreditar
Não é mentira nem caso
Foi verdade e vou provar
Todo mundo reunido
Pensando como salvar
Nosso querido planeta
Orbe lindo e singular

Era aquele falatório
Rei e Rainha Falava
ouvia  primeiro-ministro
Presidente não calava
artista de Hollywood
no tapete desfilava
até um bispo, acredite
no salão cheio, pregava

Mas, de repente, seu moço
O sinhô pode acreditar
O céu ficou azulzinho
O sol disparou a piscar
Uma escada bem alvinha
Começou a se esticar
E descendo bem mansinho
Frei Damião a brilhar

Desceu do céu, nosso santo
Causando tal admiração
Gritou logo um brasileiro
- É nosso Frei Damião
nosso santo capuchinho
missionário do sertão
Se alegra minha gente
Deus mandou a salvação

Falou o santo velhinho
 - É com enorme alegria
Que venho aqui externar
Na Casa da Ecologia
Convenção tão popular
A mais pura sabedoria
E nosso planeta salvar
Sem medo nem hipocrisia
Do meio do povo então
Levantou um cientista
Homem de muito estudo
Bom de mente, bom de vista
E falou: Não acredito
Em solução tão simplista
O planeta não precisa
De santo nem de artista

- Se todo santo merece -
Falou o Santo Damião
Dos homens ser adorado
Que se espalhe devoção
Pra tudo por Deus criado
Cada homem, cada nação
Merece mesmo cuidado
Todo amor e proteção

Se não fosse o artista
Trazer pra vida beleza
Imagine seu cientista
Grande seria a tristeza
Viver sem cor, sem cantoria
Vida cinza, sem clareza
É como viver o homem
Sem a santa natureza

Cientista caiu sentado
Sem ter mais o que falar
Daí levantou um homem
homem muito do popular
Dono de uma tal empresa
De computado, celular
Respirou fundo, danado
E desandou a reclamar

- Penso em nosso consumo
Pra toda a população
Tá todo mundo comprando
Tem tudo em liquidação
Pobre tá comprando carro
Computador, televisão
Me diga logo seu santo
Não é grande evolução?

Doença também evolui
Porém, continua danosa
Nunca que vi computador
Mais bonito que uma rosa
Consumo é armadilha
Bonita, mas enganosa
como qualquer radiação
brilhante, mas cancerosa

O problema empresário
Não é de o povo comprar
É que aquele que vende
Sabendo é que vai quebrar
Nunca aparece depois
Para ajudar descartar
Os venenos que existe
Em tudo quanto é lugar

A bateria tão pequena
De tudo que é celular
Tem tanto metal pesado
Que nem dava para contar
Vai tudo para nosso chão
Vai tudo é contaminar
As planta da nossa terra
E os peixes do nosso mar!

Um japonês, seu Takechi
Que só produzia carrão
Perguntou: o automóvel
Do mundo é locomoção
Como viver sem o carro?
Sem o motor a explosão?
Sai desse muro seu santo
Tem ou não tem a solução?

São Damião olhou firme
Falando para confraria
- Hoje em dia já existe
todo tipo de energia
tem carro movido a gás
tem carro com bateria
usar gasolina hoje
é quase patifaria





O petróleo hoje causa
tenebrosa devastação
não só efeito estufa
mas a guerra e ambição
do povo lá das Arábia
É irmão matando irmão
Você também é culpado
De tamanha destruição

Tem energia eólica,
limpa, pura e natural
Nosso Brasil e o Japão
Têm um imenso litoral
garantido a energia
Imenso o manancial
Porque que o homem não usa?
Eu que pergunto, afinal...

Tudo bem, seu santo homem
Falou grande madeireiro
Todo mundo que ter cama
Guarda-roupa, camiseiro
Pra tudo isso, madeira
É dos artigos, primeiro
Tem que tirar da floresta
Daqui ou do estrangeiro

Madeira, meu bom amigo
É obra da natureza
Use sua inteligência
E saberá, com certeza
E verá sem ter engano
Que obra de malvadeza
Destruir tanto habitat
Tanta paz, tanta beleza

O homem queima floresta
Para produzir o carvão
Toca fogo, queima tudo
Para o gado ter ração
Protocolo de Quioto
Ninguém respeita mais não
Só de madeira ilegal
Já se prendeu um milhão


No dia que o homem pensar
Na árvore como amiga
E que nos dá sem reclamar
Sombra, casa e comida
Talvez comece entender
Que para manter a vida
Precisa plantar uma raiz
A cada tora extraída


O tal ministro chinês
Levantou tal um bacurau
Gritou – somos mais de bilhão
Não podemos viver de sal
Agrotóxico e fertilizante
Para nós é fundamental
Precisamos de comida
Esse Santo é um boçal!

São Damião deu de ombros
- amigo, não leve a mal
teu povo hoje esquece
do proceder oriental
somente da diabetes
é o campeão mundial
seus campos contaminados
a  crise é fenomenal

Nem só de fome se morre
nessa paragem ancestral
usar lavoura orgânica
é muito mais natural
saúde não se conquista
se vendendo ao capital
vou ensinar de que jeito
vocês se livram desse mal


Produto orgânico é
Cultivado sem veneno
Protege lençóis de água
Deixa o alimento pleno
E muito mais nutritivo
Pra nos servir de aceno
Que o homem pode plantar
Sem precisa ser obsceno!

Tudo ficou em silêncio
Naquele imenso salão
Levantou o presidente
Da mais respeitada nação
Passou a mão na cabeça
Apurou a erudição
E perguntou com voz firme
- E qual será a solução?

Meus filhos e minhas filhas
Não usem somente razão
Deixa falar bem mais alto
A mensagem do coração
Para salvar nosso mundo
Somente tem uma direção
É no altar da escola
Na sagrada EDUCAÇÃO 

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